Só quem anda nos transportes públicos, me compreende! #33
Ontem. Viagem de regresso a casa.
Metro, linha vermelha. Duas jovens (muito jovens). Uma delas estava super entusiasmada a contar à amiga uma descoberta fenomenal que tinha feito:
“não… vais ao chinês e compras um destes chapéus de chuva pequeninos, dobram-se todos… até trazem uma bolsinha para poderes guardar na mala, mesmo molhado e têm esta alcinha no cabo para poderes pôr o chapéu preso no pulso… assim já não perdes…”
Metro, linha azul. Comboio cheio, jovem vem a segurar com uma mão um trólei e a tentar equilibrar-se para não cair em cima de ninguém porque a outra mão está muito ocupada a segurar o telemóvel junto ao ouvido. Conversa em decibéis elevados, nota-se alguma vergonha alheia nas pessoas que a rodeiam...
Chegamos a Baixa-Chiado:
“ai miga, desculpa lá, é que o metro aqui na zona da Baixa faz muito barulho… até parece que o Metro se esforça para as pessoas não se conseguirem ouvir!”
…
Pessoas do Metro, então?
Então vocês não percebem que as pessoas precisam desabafar a sua vida em público?
Precisam contra às amigas que de manhã se levantaram e “sentiram uma ligeira tontura que é um sintoma típico de quem esteve doente e ficou muitas horas deitado, mas ainda bem que se levantou, porque logo a seguir se sentiu melhor e decidiu ir trabalhar e ainda que foi porque senão perdia um workshop espetacular…”
Pessoas do Metro, para quando carris almofadados?
Para quando carruagens que em vez de rodas tenham pantufas?