Para fechar o ano em bom
Combinei com a restante família que seria eu a ir ao supermercado no dia 31, fazer as últimas compras para a passagem de ano.
Entrei no Continente lá do meu burgo pelas 8h45 e fui direta à peixaria para comprar um camarãozinho, prá malta estar entretida até chegar a meia noite.
Já tinha 15 (QUINZE) pessoas há minha frente.
Rapidamente reparei que todas as pessoas estavam atrás do mesmo que eu. Estavam 3 (TRÊS) empregadas atrás do balcão, por isso o atendimento estava a correr a bom ritmo. Encostei o rabo a uma das arcas frigoríficas e esperei, até porque, bem vistas as coisas, ainda faltavam umas 15 (QUINZE) horas para a passagem de ano.
Chamam novo número e a uma Sra. pede… douradas e, claro, pede para amanhar as douradas. É certo que ficou tudo um bocadinho desiludido com a inerente quebra no ritmo do atendimento, mas, que diabo, a malta ainda almoça no dia 31 de dezembro, não é?
É… numa cabeça normal até é… o problema são as cabeças anormais!
...
Salta logo uma criatura do sexo masculino, muito stressado e exaltado:
‘então… isto lá é dia para se pedir douradas… e ainda por cima arranjadas?’
‘então, vai agora pôr-se aí a arranjar peixe? E a que horas é que eu vou sair daqui?’
‘não devia haver mais pessoas para fazer o atendimento num dia destes?’
Diz um sr. ao meu lado entre gargalhadas:
‘olha este… se calhar vai fazer a passagem de ano em Samoa, que é agora à hora do almoço… porque é que não dormiu à porta do Continente, assim era o primeiro...'
Comprei o meu camarão, ainda fiz mais alguns corredores à procura de mais umas coisas de última hora, paguei e cheguei a casa pouco passava das... 9h30!
Só consegui imaginar a tal criatura do sexo masculino, já em sua casa, a discutir com o relógio…
‘então não andas… e a que horas é que vou comer o camarão?’