Há 16 anos a minha vida deu uma volta
Um dia, na sala de almoço do meu trabalho, uma colega vira-se para mim e diz:
- Oh Rita, o meu irmão quer conhecê-la.
- Como assim, quer conhecer-me? Como é que ele sabe que eu existo?
- Sabe, ele é divorciado já há uns anos e há uns dias foi a minha casa e disse que queria assentar, encontrar uma pessoa, voltar a ter uma relação estável e, vai daí, falei-lhe que tinha uma colega que era mesmo a pessoa indicada para ele assentar.
- Muito obrigada pelo elogio!
- Não me larga, volta e meia chateia-me a molécula: então e a tua colega? Temos que marcar um almoço, para ver se me larga.
Como não sou moça dada à cena dos ‘blind dates’ fui almoçar com o rapaz, mas levei ‘un petit comité’ comigo. Foi a 1 de setembro de 2000. Faz hoje 16 anos.
Foi hilariante. Era suposto ficarmos sentados de frente um para o outro, certo? Pois! Depois de muitas voltas e trocas e atrapalhações, acabámos sentados do mesmo lado da mesa e com uma pessoa entre nós. FANTÁSTICO!
Não me lembro como é que ele ficou com o meu n.º de telemóvel, mas sei que me ligou no mesmo dia, à tarde, para marcar um almoço, só nós dois. E depois convidou-me para jantar no sábado seguinte. Fomos a um restaurante na Expo. Fizemos a extensão toda do recinto A PÉ, desde o Oceanário até à Torre Vasco da Gama, TRÊS vezes, sempre a conversar.
Lembro-me de chegar a casa e, já na cama, pensar:
‘SUA ESTÚÚÚPIDA, cansaste o homem! Nunca mais vai te vai ligar!’ Só me apetecia bater-me a mim mesma.
Mas ele ligou. Várias vezes ao longo da semana seguinte.
Na sexta-feira, dia 15 de setembro, esperei por ele no CC Vasco da Gama, TRÊS horas… até podiam ter sido quatro, não fazia mal.
Onze meses depois estávamos casados.
PS: Para todas vocês que acham que nunca vão encontrar o vosso príncipe encantado, não desesperem. Quando menos esperarem, ele bate à vossa porta.