E tudo voltou ao seu lugar…
O Melga voltou para casa dele no início desta semana.
Depois da discussão que tivemos logo no início da sua estadia, as coisas não melhoraram nem um pouco e ele voltou a pisar o risco em grande estilo.
Foi feio e ‘saltou-me a tampa’. Na 2ª feira à noite tive que lhe dizer para arrumar as suas coisas e voltar para casa dele.
Custou-me tanto. Lembrei-me tanto do meu Paulo. Chorei tanto.
Há quem diga que as coisas só acontecem quando temos forças para as enfrentar. Como já disse algures por aqui, cheguei àquela fase em que tenho que deixar de pensar primeiro no Paulo e só depois em mim. Agora tenho que pensar em mim, no que é melhor para mim, porque só estando bem comigo posso ser melhor para os outros, não é?
Eu quero muito que o Melga saiba que pode contar comigo, que pode vir a minha casa sempre que quiser, que pode telefonar sempre que se sentir sozinho ou precisar de ajuda, que até pode dormir na minha casa uma ou outra noite, quando lhe apetecer companhia… mas não pode viver comigo em permanência, sob pena de corrermos o risco de destruir o que ainda nos une. As nossas recordações bonitas de tantos anos, os nossos lanches na pastelaria enquanto esperávamos o Paulo, as nossas conversas sobre Pokémons, as nossas viagens de barco a corrigir TPC’s, as manhãs de fim-de-semana a fazer composições sempre com o tema ‘Se eu fosse…’, isto tem que ser preservado.
Acho que o Melga percebeu o meu ponto de vista. Pediu-me desculpa. Abraçou-me. Arrumou as suas coisas e saiu.
Na hora que se seguiu, senti um aperto no peito, uma angústia que já não sentia há muito… fui-me pôr a passar roupa a ferro, para estar entretida e não pensar (sim, eu sou esquisita!)
Quando me deitei, outra vez sozinha, no escuro, no silêncio, pensei que talvez tenha dado a lição que o Melga precisava ter tido há muito tempo: todas as decisões têm consequências e o mundo não gira à volta do nosso umbigo…