Da série ‘coisas que me encanitam o espírito!’
Mais uma vez a higiene.
Desta vez vou falar nos ecopontos. Ou melhor, da utilização pouco cívica que se dá aos ecopontos.
Se qualquer um de vós acordasse hoje, pela fresca, e durante o pequeno almoço, ouvissem nas notícias que a vossa Câmara Municipal tinha decidido construir um aterro sanitário, paredes meias com a vossa casa, qual era a vossa reação???
O pequeno-almoço já nem descia, certo? Era razão para fazer reunião de condomínio de emergência, abaixo-assinados, manifestações, partiam a loiça toda, não é?
Pois é!
Então porque é que não nos revoltamos, com a mesma veemência, contra as mini lixeiras a céu aberto, que são os ecopontos à porta das nossas casas?
A questão que se levanta aqui não é a quantidade de ecopontos disponíveis, nem sequer as dificuldades das Câmaras em fazer as recolhas a tempo e horas, a questão base que se levanta aqui é mesmo SÓ o civismo da população.
Passo a explicar melhor. A urbanização onde moro tem cerca de 10 anos. São uns 15 prédios de 4 andares. Dois ou três apartamentos por andar. Para esta gente toda, a Câmara instalou UM ecoponto, daqueles todos modernaços, enterrados no chão que precisam de um carro especial com guindaste para fazer a recolha. Apenas um ecoponto, numa urbanização daquele tamanho, é pouco, mas se pensarmos que a uma distância de 80 ou 100 metros, em cada sentido, já existiam outros ecopontos, acho que não estamos mal servidos.
Por norma, só ao fim de semana é que deito fora o lixo da reciclagem. Quantas vezes passo pela mini lixeira a céu aberto, da rua onde moro, sigo para o outro ecoponto, a 100 metros, e encontro-o VAZIO. Não estou a exagerar. Está vazio. Ouve-se o lixo a cair lá dentro com um estrondo.
- Se calhar esse ecoponto está mal localizado, Engraçadinha?
Não, não está. Fica numa das principais ruas de um bairro que já existe há décadas.
Não consigo perceber porque é que apesar de verem os contentores a transbordar, as pessoas preferem deixar os sacos de lixo no chão, em vez de andar uns metros e depositarem o lixo num contentor que ainda tem espaço. Adoram ter lixeiras à porta de casa, é?
No ecoponto da minha rua, vê-se de tudo, todas as semanas: sofás, camas, colchões, mobiliário diverso, sanitários, sacos de roupa velha. Quando é que vão perceber que as Câmaras têm um serviço GRATUITO de recolha de monos. É só ligar e marcar o dia e a hora.
Há por aí muita gente que precisava de viver 6 meses num bairro de lata, daqueles com o esgoto a correr pelas ruas, para aprenderem a dar valor à higiene urbana.