A excursão!
Já vos disse no post anterior que fui aos Passadiços do Paiva numa EXCURSÃO.
- Então… e como foi, Rita? Gostaste?
Ora bem… por onde começar???
Acho que a última vez que me vi num autocarro em ambiente de excursão, ainda estava na escola secundária… já lá vão uns aninhos. A parte boa é mesmo o facto de não termos que nos preocupar com o caminho, estudar o caminho, saber onde vamos estacionar… pagamos para que alguém se preocupe com isso. A nós só nos resta apreciar a paisagem e dormitar uma boa parte do tempo. O reverso da medalha é estarmos limitados aos horários, ao caminho e às paragens que nos são impostos, pessoas que não conhecemos de lado nenhum, um ambiente que não é familiar.
A única condição que Sra. Minha Mãe impôs foi que não houvesse vendas, ‘nada de colchões ou garrafões de azeite’, disse ela, ‘o resto é como acharem melhor’.
Fomos 15 excursionistas, das quais não conheciamos 10, tudo mulheres, enfiadas num mini-bus com capacidade para 19 passageiros. Já estávamos mais ou menos preparadas para a banda sonora à base de Quim Barreiros, Rosinha e afins, para as anedotas, para as adivinhas, até aí tudo bem… mas não estávamos preparadas para a viagem de regresso. Tenho consciência que fomos muito condicionadas pelas notícias da tempestade Leslie e a hipótese da fecharem as pontes em Lisboa, mas acho que o comportamento da equipa devia ter sido outro.
Não vou dizer o nome da empresa, porque não fui maltratada, respeitaram o que estava inicialmente acordado, mas… notou-se alguma inexperiência, quase a rasar a falta de profissionalismo, quer do motorista, quer das guias.
O que começou por me incomodar um bocado foi o comportamento tipicamente tuga de ignorar os avisos da proteção civil, principalmente das restantes excursionistas: ‘há pá, isto não é nada’, ‘lá estão eles com os exageros do costume’, ‘vão ser uns sopros de vento e passa’. Eu acho que os representantes da empresa deviam ter assumido uma posição mais profissional, mas só consegui ouvir uma das guias a brincar ‘se não passarmos a ponte, olha… vamos todos para o pavilhão da estrela, que a câmara abriu para os sem abrigo’. Não gostei!
Andámos mais de três horas nos Passadiços, pois só quando saímos do Areinho é que se lembraram de ir atestar o depósito do autocarro? Andámos às voltas dentro de Arouca à procura de uma bomba de combustível… Então o que é que aquelas alminhas andaram a fazer, toda a tarde, entre largarem-nos em Espiunca e apanharem-nos no Areinho? Mais… o Motorista, que, por razões que não consegui compreender, nessas três horas não almoçou, depois de atestar, lembrou-se de parar numa beira de estrada para ir COMPRAR FIGOS…
Até entrarmos na A1, vinham, o motorista e as guias, agarrados ao GPS do telemóvel para atinar com o caminho… telemóvel que estava a ficar sem bateria e os dados estavam a acabar… WTF???? E continuavam… numa risota pegada.
Devo ser eu que não percebo nada disto, mas… acho que podiam ter feito mais para disfarçar a sua falta de experiência. Acho que tivemos sorte. Se a tempestade tem entrado por Lisboa, como estava inicialmente previsto, não sei se aquela equipa estava preparada para garantir a nossa segurança. E se as pontes estivessem fechadas? O que é que faziam connosco?
Correu tudo bem e isso é que interessa.
Acho que não vou desistir das excursões, mas… acho que vou procurar outras empresas.