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Não sejas engraçadinha!

Como é costume dizer nestas lides "Este é um blog sobre tudo e sobre nada"

Não sejas engraçadinha!

Como é costume dizer nestas lides "Este é um blog sobre tudo e sobre nada"

Toda a m**** cá vem parar!

Ontem. Regresso a casa depois do trabalho. Autocarro da Carris. Passageiros de muitas nacionalidades/etnias.

Numa das paragens entram pela porta de trás (depois de falarem com o motorista) duas mulheres jovens com dois carrinhos de bebé.

O autocarro já ia um bocado cheio. Foi precisa alguma ginástica, e alguma boa vontade dos restantes passageiros, para que os carrinhos de bebé ficassem arrumados no local adequado. As mulheres eram indianas (dessa zona do globo) e eram muçulmanas (tinham um lenço que lhes cobria todo o cabelo e parte do corpo). Uma delas voltou a sair e foi à frente comprar os bilhetes e voltou a entrar pela mesma porta.

Tudo isto reteve o autocarro por um bocadinho mais de tempo.

Ouve-se uma voz mais atrás. Um português idoso:

“o que este país precisa é de outro Salazar… pretos, brasileiros, indianos… toda a merda agora aqui vem parar!”

Silêncio. Incómodo.

Ainda não passaram 50 anos desde que se instaurou a democracia neste país.

Aquele homem viveu toda a sua juventude em ditadura.

Será que já se esqueceu que o tal Salazar fez de nós, portugueses, a “merda” da Europa, quando fugiamos a salto e íamos por esse mundo fora fazer o que os outros não queriam fazer?

Serão os nosso emigrantes melhores que os emigrantes dos outros?

As pessoas envolvidas nesta cena (as mulheres jovens, as pessoas que as ajudaram a colocar os carrinhos, as pessoas que se afastaram) eram maioritariamente estrangeiras (pelo menos pareciam). Todos tiveram um comportamento corretíssimo, de um civismo a toda a prova. Coisa que muitas vezes não vejo em portugueses.

O que mais podemos pedir?

Está em destaque no Sapo um post que relata uma situação muito idêntica a esta.

Acho que é nosso dever começar a relatar este tipo de episódios. Começar a mostrar aos olhos de todos, o racismo que continua presente na mente portuguesa.

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