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Não sejas engraçadinha!

Como é costume dizer nestas lides "Este é um blog sobre tudo e sobre nada"

Não sejas engraçadinha!

Como é costume dizer nestas lides "Este é um blog sobre tudo e sobre nada"

A vida... mais uma ficha, mais uma volta!

A vida tem coisas muito boas, mas, às vezes, a vida é uma merda, não é?

Já nos tínhamos levantado. Os joelhos já estavam sarados. Já não tínhamos pó na roupa, já estava todo sacudido, pensámos que agora era só seguir em frente, pôr um pé à frente do outro e ir…

Mas a vida nunca pensa da mesma maneira.

A vida está sempre à espreita, à espera que baixemos a guarda, uma pequena distração e… quando menos esperamos lá vem mais um empurrão, um pontapé, um murro no estômago.

Outra vez este sentimento de injustiça. Porquê a nós…

Não é nada de muito grave (grave… só a morte e a doença), mas depois de hoje, nada será como antes.

Só quero que este dia acabe depressa, para podermos começar a levantar a cabeça outra vez e esperar que não leve muito tempo a sacudir o pó e sarar os joelhos.

Hoje marca o fim de uma era e o começo de outra e, como sempre, resta-nos a esperança... melhores dias virão!

O melhor do mundo são as crianças

Esta minha sobrinha é um espetáculo!

Dia de educação física… já sabem… o pior dia da semana.

Na ida para a escola tentou, por todos os meios, convencer a mãe a escrever na caderneta que não podia fazer a aula, doía-lhe tudo… a mão, o dedo, a cabeça, a barriga, a ponta da orelha, tinha tosse… um filme, mas a mãe não cedeu e ela lá se convenceu.

Fomos buscá-la ao fim da tarde. Estávamos as três no carro:

Eu: então, como foi a educação física?

Luísa: não foi dos piores dias… desde que não haja coisas com bolas para mim já está bom. Ainda deu para falar com as minhas amigas durante a aula… sobre cremes e assim…

Mana Querida: oh pá! É bom ver que as gerações se sucedem, mas os interesses continuam os mesmos… as gajas juntam-se e a conversa é cremes, maquilhagem, unhas…

Luísa: oh mãe… nem sempre… às vezes também falamos sobre relações…

E desfiou um rosário de dramas, típicos dos melhores enredos das melhores novelas mexicanas, que se passam na turma.

 

E eu e a mãe da criança com uma gripe como nunca tivemos na vida, a ter que conter as gargalhas para não nos esfrangalharmos em ataques de tosse…

5º ano… é oficial…

Começaram as conversas em que todas as frases começam com ‘tipo’ e… ‘e eu disse, e ela disse, e ele disse, e eu disse’...

E agora? Agora é sempre a descer!

Carta à Maria Botelho Moniz

Eu sabia que a Maria tinha passado por uma tragédia com um namorado, já tinha lido ou ouvido falar alguma coisa, mas, como das revistas cor-de-rosa eu só leio ‘as gordas’, não conhecia os contornos da história. Assim que vi os primeiros trailers do programa Alta Definição, a primeira reação foi… não quero ver, mas no domingo à tarde dei comigo sentada no sofá e pumba… começou a entrevista e eu fiquei ali… confesso que a primeira coisa que me hipnotizou foi a casa dela… gira, depois foi aquela cadela fofa, mas a história dela deixou-me em lágrimas… conheço tão bem aquela dor.

 

Querida Maria (desculpe a audácia de a tratar por querida)

Afinal a sua história é muito mais parecida com a minha do que alguma vez podia imaginar. Também eu vivi 13 anos com o meu marido e, tal como a Maria, um dia acordei e… não havia ninguém. O meu marido também morreu em 2014 de forma súbita.

Quero dizer-lhe que o que mais me arrepiou na sua entrevista foi o facto de a Maria utilizar as mesmas expressões que eu costumo utilizar. Ao longo da sua entrevista fui fazendo um esforço para me controlar, mas quando se referiu ao ‘guardar tudo nas gavetinhas’ as minhas lágrimas nunca mais pararam, porque foi isso mesmo que eu senti depois do meu Paulo morrer. Ficar perdida com tudo revirado do avesso e ter que arrumar tudo outra vez em gavetinhas novas.

Quando a Maria disse ‘a minha alma morreu’, não sei se é a alma que morre ou se é ‘alguma coisa que se partiu cá dentro’ (como eu costumo dizer), alguma coisa que muda de tal maneira cá dentro… nunca mais se consegue ter a leveza de antes.

Também eu corri para os braços da minha mãe, Maria. Também eu agradeço profundamente o facto de ter uma família que soube a medida certa do colo e do espaço.

Também eu desejei secretamente estar grávida (tal como a Maria, nós não tinhamos filhos), mas hoje acho que não teria sido boa ideia...

Também eu voltei ao trabalho uma semana e meia depois do funeral (se bem que no meu caso, dois meses depois tive que fazer uma pausa de três semanas… cometi um erro, comecei por fazer de conta que o Paulo estava em viagem e voltava daí a dois dias… mas não podemos viver no mundo do faz de conta, não é? Depois chegou o dia em que que se deu o clic… e afundei um bocadinho e precisei parar para me recompor).

Quando a Maria disse ‘no primeiro ano… só se sobrevive’, não sei se é uma sobrevivência. Eu sentia-me um autómato, só sabia que tinha que pôr um pé à frente do outro e deixava-me levar.

Já me disseram muitas vezes que SOU FORTE, porque lidei com a minha perda de forma exemplar. Será que já lhe disseram o mesmo? Não me considero forte. Simplesmente a vida deu-me um safanão (e que safanão!) e só tive que ‘guardar tudo nas gavetinhas’ e andar para a frente… como o meu Paulo haveria de querer.

Minha querida Maria (outra vez a audácia…),

Também eu acredito que ganhei um anjo da guarda lá no céu, que zela por mim e não deixa que nada de mal me aconteça (se lhe contasse algumas coincidências a que assisti nestes 4 anos...).

Acredito que a vida vai voltar a sorrir para ambas, um dia… acho que merecemos isso.

Tenho para mim que os nossos anjos da guarda devem andar lá por cima a tricotar alguma coisa.

Um grande beijinho para si.

 

PS1: nunca perca o seu sorriso.

PS2: só não gostei quando disse que não gosta de gatos. Se é uma questão alérgica diga que não simpatiza. No meu caso foi o meu gato-lontra que me tirou da cama muitas vezes... punha-se na cozinha a miar, parecia uma sirene dos bombeiros, porque não tinha comida e a areia estava suja, e que remédio tinha eu se não ir tratar do animal...

É só uma questão de organização

Volta e meia cruzo-me com uma senhora na paragem do autocarro, logo de manhã à saída de casa. Está sempre stressada, TODOS OS DIAS. Chega à paragem e não se coloca na fila, vai para debaixo do abrigo, mas antes, ostensivamente, conta quantas pessoas estão na paragem… e ai de quem se atreva a passara à sua frente para entrar no autocarro.

O tempo todo que está na paragem, está a olhar para o relógio e a resmungar: ‘…pois, devia passar aos 32 e já são 34, outra vez atrasado…’. Depois entra no autocarro e começa a ladainha: ‘…vamos lá, toca a entrar, despachem-se lá para trás que há mais pessoas para entrar… ó motorista, já entraram todos, vamos lá, já estamos atrasados…’. Depois na estação, sai do autocarro e corre para o barco, sempre a resmungar… sempre atrasada, sempre cheia de pressa.

Quase todos os dias me cruzo com pessoas no metro que ainda têm uns três ou quatro lances de escadas para descer, mas se ouvem um metro a chegar, lá em baixo, lançam-se numa corrida desenfreada, escadas abaixo, às vezes com crianças, para tentar apanhar aquele metro…

E quantas vezes já ouvi pessoas a resmungar, porque o barco que era suposto sair às 7h50, sai às 7h53 e, POR ISSO, vão chegar atrasadas ao trabalho… nem sequer pensam que para o barco ou o comboio sair no minuto exato, as cancelas de acesso tinham que trancar um ou dois minutos antes… (e as vezes que já assisti à fúria dos passageiros quando as cancelas fecham dois minutos antes, porque se atingiu a lotação máxima de segurança!!!)

Pessoas que se lançam à estrada, cheia de trânsito, porque o autocarro está a passar do outro lado, quando sabem que, mais minuto, menos minuto, vem outro logo atrás. Pessoas que me dizem que vão de comboio, porque só demora 12 minutos e o autocarro demora 17 minutos...

...

Como é que conseguem viver assim, pessoas? Como é que conseguem viver TODOS os dias, numa luta contra o minuto?

Eu tenho uma regra… NÃO CORRO PARA APANHAR TRANPORTES, a menos que a minha vida dependa disso, ou souber que tenho uma looonga espera pela frente, se o deixar partir (para mim uma looonga espera é para cima de 20 minutos). Sou capaz de apressar o paço, mas correr… nem pensar.

Sabem porquê?

Nos dias em que corre tudo bem, levo hora e meia para chegar ao trabalho e outra hora e meia para chegar a casa. Tenho o cuidado de sair de casa com tempo suficiente que me garante estar no trabalho a tempo e horas. Se quero chegar ao trabalho pelas nove horas, sei que preciso de sair de casa pelas sete e meia... e organizo-me para que isso aconteça... nomeadamente, levanto-me da cama uma hora antes... sou gaja... sou dada a questões metafísicas quando tenho que decidir o que vestir e tenho cremes para barrar na cara e acessórios para complementar o modelito... há minímos, ok!

Por isso, se estou a sair de casa e vejo dois autocarros a chegar à paragem... deixa-os ir, vem mais atrás (já dizia a Elizabeth Taylor, homens e autocarros têm uma característica em comum... vem sempre um atrás!). Se chego ao barco e o das 7h50 já está mesmo a sair... espero pelo das 7h55, porque esse também dá para chegar às nove, sem stress.

E quando as coisas correm mesmo mal, também não stresso (tipo uma avaria no metro)… sento-me e leio o meu livro. A vida já me ensinou que não vale a pena stressar. Só ganhamos gastrites e cabelos brancos. Apanho CINCO transportes de manhã e outros CINCO à tarde (bem vistas as coisas, se corresse, se calhar poupava os 40€ que gasto no ginásio…), tanta coisa que pode correr mal, coisas que eu não controlo, vou stressar para quê?

 

(eu sei que a minha vida é muito mais simples do que a vida da maior partes das pessoas. Vivo sozinha, só preciso de me preocupar comigo. Mas já houve uma fase na minha vida em que tive que garantir que o Melga, com 9 anos, chegava à escola às oito da manhã, sendo que estavamos no Barreiro e a escola era em Lisboa. Faziamos o trajeto de carro. Eu e o meu Paulo saíamos da cama antes das seis da manhã, o Melga pelas seis e meia. Pouco depois das sete já estávamos a caminho. À noite, o Melga ía para a cama, no limite, às nove da noite... é como digo... é só uma questão de organização!)

Então e a semaninha? Tá a correr bem?

No domingo lá cozinhei as lentilhas. Fiz bolonhesa de lentilhas… o que dizer???

Ficou bom… mas acho que deixei as bichinhas cozer demais, como aquilo é uma espécie de feijão, a bolonhesa ficou um bocadinho farinhenta. Ainda não desisti delas, vou-lhes dar mais uma oportunidade, já me falaram em lentilhas com ovos escalfados… se não correr bem, tenho bom remédio… com o que sobrar do saco, faço sopa de lentilhas.

Ontem fui à consulta de saúde no trabalho… os filhos da mãe dos triglicéridos andam a brincar aos carrosséis comigo… ora sobem… ora descem… ora sobem um bocadinho… ora descem um bocadinho. Dizem-me os médicos: coma lacticínios magros, não coma carnes vermelhas ou carnes gordas, coma farinhas integrais, não bebe bebidas alcoólicas, faça exercício físico…

E eu lá respondo… ‘sim, eu faço isso tudo’ e eles ficam a olhar para mim… será que até o meu pãozinho com manteiga do meio da manhã e o bolinho miniatura que como ao fim de semana vou ter que largar???

Ontem à noite estava em casa tão gelada, nem o aquecedor me aqueceu, nem o chá quente… desisti da televisão e meti-me na cama de robe vestido… pensei que dai a uns minutos estaria com calor e o ia tirar… DORMI TODA A NOITE DE ROBE VESTIDO… e soube tão bem… logo eu que sou conhecida na família, por dormir em pleno inverno praticamente NUA… só pode ser da idade… deve ser um efeito secundário de se ter 46 anos.

Esta manhã, no autocarro, fui atropelada por uma criatura que queria sair do seu lugar… passando por cima de mim… o autocarro a parar e a criatura em ato contínuo levantou-se e foi contra mim para sair do lugar dela… devia ter o ‘dá-me licença, por favor’ perdido algures no entrefolho do cérebro.

No meio disto tudo ainda sou bombardeada com a polémica desta quinzena: diz uma editora de livros escolares que não é correto confrontar marmanjos de 17 anos com um poema escrito por um génio da língua portuguesa, porque o mesmo têm as palavras PUTA e MASTURBAÇÃO. Os mesmos marmanjos que trazem acoplados às mãos, telemóveis equipados com pacotes de dados ilimitados, com acesso a todo um mundo de informação e barbaridades, desde youtubers que em cada três palavras, duas são asneiras, até sites de pornografia.

...

E ainda é só quarta-feira!

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