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Não sejas engraçadinha!

Como é costume dizer nestas lides "Este é um blog sobre tudo e sobre nada"

Não sejas engraçadinha!

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Valha-me Nossa Senhora dos Blogs! #30

Ai Sapinho, Sapinho!

Se tu soubesses o que este destaque fez pela minha cabeça hoje???

Só tu para me dares alegrias, hoje!

Obrigada Sapinho! Podes sentir-te muito osculado!

   

destaque-30.png

 (Que merda de dia de trabalho! Credo, só me apetece saltar pra cima da secretária aos gritos. Odeio gerir pesssoas. ODEIO!)

(O que vale é que mais logo tenho aula de Strong no ginásio, com muito pontapé e soco...)

Acabadinho de ler

ensina.jpg

Ensina-me a voar sobre os telhados, João Tordo.

Este livro pode definir-se em duas palavras ‘tristeza’ e ‘obsessão’.

Não foi um livro fácil de ler. Ainda bem que o li agora e não o guardei para as férias.

Temos duas histórias a correr em paralelo, com 100 anos de intervalo.

De um lado o narrador. Português, alcoólico recuperado, divorciado, pai de um rapaz surdo. Trabalha no Liceu Camões, em Lisboa. Um dia, um dos professores do Liceu é encontrado enforcado numa das salas. Tendo a experiência das reuniões dos alcoólicos anónimos, decide criar um grupo de apoio para, com os seus colegas de Liceu, superarem a morte do colega.

Rapidamente a finalidade das reuniões transvasa para outros assuntos (afinal todos nós temos uma bagagem, todos precisamos de falar…) e começa a passar de boca em boca a realização destas reuniões. Um dia aparece um homem de feições orientais… Henrique Tsukuda, e que bagagem este homem traz consigo…

Somos transportados para o Japão de há 100 anos, para conhecermos a história da familia Tsukuda. Uma história de violência e loucura.

...

Há uns anos comecei a ler um livro que tinha a mesma ‘aura’. Era triste, deprimido, obcecado. Não consegui chegar a meio sequer. Quando cheguei às primeiras 100 páginas deste livro, ainda pensei, ‘não vou conseguir acabar isto’. Não encontramos aqui personagens normais (o que será a normalidade!), com vidas ditas normais. Todos os personagens andam no limiar da loucura, da depressão, do vício, da adaptação ...

De alguma maneira o autor consegui prender-me, por um lado, talvez pela mestria em contrabalançar os capítulos na medida exata de nos por à espera para saber mais, por outro lado, talvez devido à minha idade, consegui perceber que se calhar estas personagens não são assim tão estranhas ou distantes da realidade… não seremos todos nós assim, também? Não temos todos também uma bagagem, uma história de vida mais ou menos traumática…

Ainda bem que o li até ao fim. A última página vale por tudo…

É hoje que joga Portugal, não é?

Então parece-me um bom dia para falar disto:

Não sabem o que isto é?

Eu explico.

É o HINO OFICIAL de apoio à seleção portuguesa de futebol que está a jogar na Rússia…

...

A questão que se impõe é: O que é esta m****?

A sério, pessoas!

Então a seleção portuguesa tem um hino, mas a maior parte dos portugueses não o entende e não o consegue cantar, porque à exceção dumas frases lá pelo meio, todo o hino é em inglês?

Bonito, pá! Internacional!!!

Eu até gosto do Shawn Mendes, acho piada às musicas do moço, pois que acho! Mas a única coisa que o rapazinho tem de português é o apelido, que herdou do paizinho algarvio que emigrou p’rás américas, há um ror de anos.

O rapaz não sabe falar português! Consegue ser pior do que a Nelly Furtado, caraças!

Já para não falar no vídeo a preto e branco, uma coisa tão pra baixo, credo!

Então o lema não é ‘A SELEÇÃO SOMO TODOS NÓS’?

Com metade daquilo que a FPF deve ter pago ao Shawn, convidavam um grupo de cantores portugueses, desde o Rui Veloso, ao Luis Represas, ao Carlos do Carmo, ao Toy, ao Emanuel, à Rosinha e encomendavam um hino em que TODOS nós nos revíssemos.

...

Sabem que mais… mais depressa me ponho a cantar o ‘Pula, Pula’!

Pronto, volta Luciana, tás perdoada!

Cambalhotas

Então parece que as nossas crianças não sabem dar cambalhotas… e a conclusão que se tira é que as aulas de educação física não estão a ser dadas como deve ser… Claro! São as aulas de educação física!

Aquelas onde os miúdos não sabem correr, as mesmas onde os miúdos demonstram uma preguiça do tamanho do mundo e onde tudo é uma grande chatice… Depois da aula de educação física os meninos e meninas vão para o recreio… onde não podem correr, não podem jogar à bola e, Deus nos livre, se se lembram de subir para um banco e darem saltos para o chão, só naquela de ver quem consegue saltar mais longe…

No fim do dia, os pais vão buscar os meninos e as meninas à escola e, se por acaso, ainda assim, há um menino ou menina que vem com um joelho ou um cotovelo esfolado… é UM DRAMA, UMA TRAGÉDIA… ‘mas onde é que estava a empregada que não estava a tomar conta de vocês?!’ (já assisti a uma cena destas).

Os miudos de hoje não são como os miudos do meu tempo. Não brincam na rua como eu brinquei. Até certo ponto compreendo o porquê. No meu tempo não havia tantos carros como há hoje (pelo menos no meu burgo), a maior parte de nós tinha a mãe em casa (pelo menos no meu burgo), era tudo mais fácil.

Hoje os miudos só podem brincar em sítios especialmente contruídos para isso, os chamados parques de insufláveis, de bolas, aventura, mas até aí tudo tem regras, tudo está estipulado, tudo é vigiado. Vejam só esta situação:

O ano passado, pelo Natal, instalaram um parque de insufláveis no CC do Barreiro. Um dia lá fizemos a vontade à minha sobrinha e deixámo-la ir. O parque tinha uns 5 ou 6 brinquedos diferentes. Cada brinquedo tinha um monitor. Os miúdos entraram no recinto em FILA ORDEIRA (lá está… sem correria!), foram divididos em grupos e distribuídos pelos brinquedos (cá agora o miúdo escolher onde quer brincar!). Todos os movimentos foram controlados pelos monitores (nunca se sabe, não é? Olha agora o miúdo ter direito à imaginação!) e de X em X tempo os miúdos mudavam de brinquedo...

Do lado de fora do recinto, eu estava incrédula, só me apetecia GRITAR com aquela gente toda. Miúdos completamente castrados da sua autonomia, da sua liberdade, do seu livre arbítrio, num recinto que é suposto servir para BRINCAR.

É isto que dizemos às nossas crianças: só podes brincar ali, naquele sítio completamente almofadado e com vigias responsáveis por impedir que queiras trepar ou saltar, só podes brincar da maneira que nós dizemos que deves brincar.

Os nossos miúdos não sabem dar cambalhotas, mas não tem nada a ver com as aulas de educação física. Tem a ver com os pais que não os deixarem correr desenfreadamente para disputar uma bola num campo de terra batida nas traseiras do seu prédio e marcar golos, num sábado à tarde. Tem a ver com os pais que compram bicicletas, COM RODINHAS, mais o capacete, (até aí tudo bem) e com cotoveleiras e joelheiras e mais proteções para os ombros e para o peito e para… e os miúdos parecem robots em cima da bicicleta, porque Deus nos livre se a criança cai da bicicleta e esfola um cotovelo!

Os miúdos não sabem dar cambalhotas porque não conhecem o seu corpo, não aprendem os seus limites. Eu não sei como foi a vossa infância, a minha foi maravilhosa, a brincar, na rua, até altas horas. Não era das mais irrequietas, mas ainda hoje, quando me estou a limpar depois do banho, tropeço nas cicatrizes dos meus joelhos e para algumas delas ainda me lembro perfeitamente dos trambolhões que as causaram.

Ainda a eutanásia

Eu sei que o assunto já está um bocadinho ultrapassado. Já todos falaram sobre isto e já passaram à frente, mas eu sou um bocadinho mais lenta… gosto de ler sobre os assuntos, gosto de pensar (encucar, como dizia o meu Paulo) e tirar as minhas conclusões.

Se sou a favor da eutanásia?

Numa primeira leitura… SIM, claro que sim.

Mas depois começo a ler depoimentos de médicos, de pais e começam as dúvidas, porque o problema não são os casos lineares, os que preenchem todos os requisitos, o problema são as fronteiras…

Há muitos anos (não sei se já andava na universidade), vi um documentário na televisão sobre a prática da eutanásia na Holanda. Apresentava o caso de um homem com um diagnostico de esclerose lateral amiotrófica (a doença do balde água gelada). Já estava numa cadeira de rodas, já quase não falava, precisava de ajuda para tudo (desde a higiene até deitar, comer, etc…) e a perspetiva era morrer engasgado, porque os músculos atrofiariam de tal maneira que perderia o reflexo da deglutição e da tosse.

Pediu a eutanásia. Filmaram o processo todo. Decidiu o dia e a hora. Na sua sala, em sua casa, estavam a mulher e o médico. Beberam um cálide de vinho do Porto. O homem pousa o seu copo, olhou para o médico e disse: ‘vamos!’

Deitaram-no numa cama, despediu-se da mulher…. Lembro-me de desligar a televisão e sentir-me arrasada, mas ao mesmo tempo… a coragem daquele ‘vamos!’. Foram as imagens mais violentas que vi até hoje (só ultrapassada pela visão da morte súbita do meu Paulo).

Estes são os casos simples. Os casos que não levantam qualquer dúvida: maior de 18 anos, lúcido, doença terminal, sem perspetiva de tratamento, morte certa, sofrimento… para estes casos eu não tenho dúvidas: Sim à Eutanásia!

Eu sei que os cuidados paliativos resolvem muita coisa, mas não resolvem tudo. Tenho uma prima, mais nova do que eu uns 10 ou 12 anos, é enfermeira, especializada em cuidados paliativos. Já lhe ouvi frases como ‘já não sei o que dizer mais ao marido da doente…o homem parece um fantasma pelos corredores’, ‘há doentes que fazem agonias muito prolongadas’, ‘dois doentes com o mesmo quadro clínico, um pode morrer em horas e o outro pode durar mais dois dias’.

As pessoas têm o direito de não querer cuidados paliativos. As pessoas devem ter o direito de dizer ‘não quero esperar 15 dias para morrer’, ‘não quero deixar a minha família nesta espera!

Também já ouvi essa minha prima (que tem pouco mais de 30 anos) dizer: ‘os doentes que tenho a meu cargo… são TODOS mais novos do que eu’. A eutanásia não é uma questão de ‘velhinhos’. Mas são os velhinhos os mais vulneráveis. Os velhinhos que entopem as nossas urgências e que ficam abandonados nos quartos de hospital depois de terem alta. Os filhos que não aparecem para os levar para casa, porque os acham um estorvo, são os mesmos que, na primeira hipótese, vão ver na eutanásia uma saída para os seus problemas

Mas ainda há outras questões que me deixam a pensar:

E se o doente em causa tiver uma deficiência mental? Não terá o mesmo direito a ter uma morte sem sofrimento. No caso de ter a mesma doença do sr. holandês, por não se tratar de pessoa lúcida, teria que esperar que os músculos atrofiassem de tal forma a provocar uma morte por engasgamento?

E se for uma criança? Sim, eu sei que não há nada mais anti-natura do que um pai pedir a morte de um filho, mas não será igualmente anti-natura um pai ver um filho morrer em sofrimento e não lhe poder valer? Quantos pais, perante um desfecho que é certo, não preferem ver um filho morto a vê-lo sofrer?

Onde é que colocamos a fronteira?

Diz que foi SOFT!

Manhã de sábado com a PT.

A PT estava fragilizada... a semana passada, estava sentada numa cadeira com braços e baixou-se, de lado, para apanhar uma caneta do chão. O braço da cadeira espetou-se nas costelas, mas ela achou que podia forçar um pouco para chegar à caneta... que estava logo ali, a milimetros dos dedos... e, pronto, fraturou (ou rachou) uma costela.

 

Troca de mensagens na 6ª feira:

'Para não me sentir tentada a saltar com vocês... amanhã podemos fazer uma sessão de pilates... assim uma coisa mais soft'

'Claro que sim... não queremos que fiques pior... conta com as manas para a tua recuperação... pode ser soooft...'

 

Só vos digo, pessoas... ela deu a aula, quase toda, sentadinha num banquinho, mas nunca aquele quarto ouviu tanto gemido.

Quem estivesse do lado de fora da porta a ouvir, até ficava convencido que era outra a atividade lá dentro.

Dói-me tudo.

Desde o pescoso até aos joelhos.. mas a zona das coxas... CRISTO!

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