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Não sejas engraçadinha!

Como é costume dizer nestas lides "Este é um blog sobre tudo e sobre nada"

Não sejas engraçadinha!

Como é costume dizer nestas lides "Este é um blog sobre tudo e sobre nada"

Fomos à Baixa!

Este sábado, eu e Mana Querida, decidimos ir ver montras na Baixa de Lisboa. Apanhámos o barco ao fim da manhã com a intenção de andar ali entre a Rua Augusta, o Chiado e, no máximo, chegar à Praça dos Restauradores.

Assim que atravessámos a Praça do Comércio começámos a olhar à nossa volta e ainda repensámos se não seria melhor metermo-nos no Metro e só sair no Colombo. Lá reconsiderámos e decidimos ficar por ali.

A Baixa está mais bonita, mais arranjada, sim! Ainda me lembro muito bem dos anos em que a Rua da Prata era uma sucessão de portas e janelas fechadas, tudo sujo, tudo a cair de velho e malcheiroso. Hoje já quase só se veem prédios bonitos ou então em obras, rodeados de muitos andaimes que ocupam quarteirões inteiros. Isso é bom, não é? A cidade renasceu, o comércio revitalizou-se, criam-se postos de trabalho, há circulação de dinheiro, mas... ficamos por aqui!

A Baixa de Lisboa está IM-PO-SSÍ-VEL. GENTE… GENTE por todos os lados… chega a ser claustrofóbico, sufocante!

As lojas estão cheias. Entrámos na Zara da Rua Augusta e parecia que estávamos no primeiro dia de saldos. Uma torre da babel: línguas nórdicas, línguas do leste da europa, italiano, espanhol, chinês, português com sotaque brasileiro. Na H&M do Chiado escolhi umas calças do cabide rodeada por um grupo de suecas (ou norueguesas ou dinamarquesas… loiras, pronto!) que falavam pelos cotovelos… eram umas matulonas, tinham à vontade mais 10 ou 15 cm que eu (e olhem que eu meço mais de 1,70).

Mas, lá está, temos que ver o lado positivo da coisa: o dinheiro circula, faz-se negócio, criam-se postos de trabalho e isso é bom! Afinal de contas, o que me cobram por umas calças na H&M do Chiado é o mesmo que me cobram na H&M do Rio Sul Shopping, no Seixal.

A questão ficou mais aguda quando chegou a hora de almoçar. Decidimos ir ao Nicolau Lisboa, mas o tempo de espera era demasiado. Acabámos no Bread4You, uma padaria/pastelaria que servia referições ligeiras (sopas, saladas, salgados…) que já conhecíamos, na Rua dos Sapateiros. O espaço estava modificado, manteve o nome e a decoração, mas foi convertido em restaurante. Decidimos ficar. Estava tudo bom, bem confecionado (as sobremesas continuam uma delícia), mas a conta chegou… um bocadinho salgada!

No feriado do 25 abril, almoçámos as duas num snack-bar, nas traseiras do Colombo, por pouco mais de 25€, na Baixa a conta chegou aos 40€. Claro que a comida tinha outra apresentação, outra qualidade, que não tinha no snack-bar, mas só pelos dois cafés pagámos 2,60€.

Já todos ouvimos falar na verdadeira especulação das rendas que se pagam em Lisboa. Certamente este restaurante teve que se adaptar para conseguir pagar uma renda altíssima, pelo espaço que ocupa. Para um sueco, pagar 1,30€ por um café é uma pechincha, mas para o Tuga é só uma roubalheira.

É nestas pequeninas coisas, coisinhas básicas de todos os dias, como o preço de um café, que sentimos na pele aquilo que se ouve dizer nos telejornais: estão a correr com os portugueses dos centros das grandes cidades. Cada loja que fecha, reabre para vender sardinhas de cerâmica e latas de conserva aos turistas, os restaurantes são todos iguais, os passeios estão tomados de esplanadas… circular é uma aventura.

Sinceramente, depois deste sábado, vai ser preciso algum tempo para voltarmos a ter vontade de ‘Ir à Baixa!’

Acabadinho de ler!

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Há anos que andava para ler este livro. Volta e meia entrava numa livraria e, se estivesse em algum escaparate, pegava-lhe… mas depois aparecia outro livro mais na ‘berra’ e este acabava sempre por ficar. No Natal passado ofereceram-mo… mesmo assim não lhe peguei logo, ainda li outras coisas antes, mas agora já posso dizer…Prova Superada.

O Último Cabalista de Lisboa, de Richard Zimler, é um romance histórico. É um estilo a que gosto de voltar, porque são histórias que, quando bem contadas, dão-nos a possibilidade de passar um bom momento a ler, mas, sobretudo, permitem-nos aprender um pouco mais sobre vários períodos da História.

Neste caso, o período retratado é o ano de 1506, na cidade de Lisboa, e tem como personagens principais os judeus forçados a converter-se ao cristianismo, no reinado de D. Manuel I. Em abril desse ano, durante as celebrações da Páscoa, cerca de 2000 cristãos-novos foram assassinados e os seus corpos queimados no Rossio.

As principais personagens pertencem a uma família de cristãos-novos residente em Alfama, cujo patriarca, Abraão Zarco, é um iluminador e membro da célebre escola cabalística de Lisboa. Ele e uma jovem rapariga são encontrados mortos na cave, com a porta fechada por dentro. O assassino terá sido um cristão, ou outro judeu? Quem seria a rapariga morta? Como é que o assassino escapou, se a porta estava fechada por dentro?

Acompanhamos Berequias Zarco, sobrinho de Abraão e seu discípulo no estudo da cabala, nas suas idas e vindas por Lisboa e arredores para encontrar as respostas a estas perguntas.

Confesso que não foi um livro fácil de ler. São muitas as personagens, algumas com nomes judeus complicados de fixar, com muitas referências a tradições judaicas e à filosofia cabalística (que me escapavam!), como muitas idas e vindas do Berequias (raio do moço que não parava quieto!) o que, no meu caso, acabou por dificultar o exercício de ‘seguir o fio à meada’ (como já vos disse, eu leio sobretudo nos muitos transportes públicos que apanho diariamente, chegam a ser cinco em cada viagem, por isso, a minha leitura é interrompida muitas vezes).

Optei por me fixar sobretudo na resolução do mistério: quem matou Abraão? Afinal de contas, o que andava ele a fazer com os manuscritos? E pelo caminho retive todas as referências à cidade e ao povo de Lisboa que, por aquela altura, estava a atingir o seu apogeu como capital dum império grandioso (já tínhamos chegado à India e ao Brasil), mas cuja população vivia numa miséria física e mental, agarrado a um fanatismo alimentado pela Igreja Católica.

Perante a necessidade de encontrar uma explicação para tudo o que atormentava o povo, desde a seca até à doença, tudo era culpa dos judeus ou dos mouros, e o povo, instrumentalizado pelo poder, respondia nas ruas com violência e barbáries inconcebíveis.

Um livro triste, que faz pensar… afinal de contas, 500 anos depois, em muitos lugares do mundo, ainda temos o mesmo tipo de violência praticada por povos instrumentalizados...

Só quem anda nos transportes públicos, me compreende! #21

Ontem tive uma estreia.

Quem anda de autocarro com certeza já passou pela situação de ver o autocarro chegar a sua paragem e o motorista se esquecer de abrir as portas de trás para deixar os passageiros sair. Já todos passámos por isto, não já? E logo a seguir temos a cena dos passageiros a chamar a atenção do Sr. Motorista, de forma mais ou menos calma… ‘OH SÓCIO, ABRÁTRÁS!!!’ 

Ontem passei por uma destas, mas… no METRO.

Linha azul. Estação do Terreiro do Paço.

18h35. Estava um barco para sair às 18h40.

Tudo de pé junto às portas da última carruagem.

O metro chega à estação, abrem-se todas as portas, menos as portas da última carruagem.

Tudo com cara de parvo a olhar para todos os lados… ‘Então??? Então e agora???

Ouve-se as portas das outras carruagens a fechar e o metro seguiu… fomos conhecer a Estação de Santa Apolónia (aproveito para agradecer ao Metro de Lisboa, acho que ainda não conhecia esta estação.)

E não é que chegados a Santa Apolónia… as portas daquela carruagem se abriram???

Lá esperámos 3 ou 4 minutos, para fazer o caminho de volta ao Terreiro do Paço (pelo sim, pelo não trocámos de carruagem, não fosse dar-se o caso de lhe dar nova travadinha e não querer abrir as portas novamente).

Já só apanhei o barco das 18h50.

...

Para acabar a viagem em beleza, já nos autocarros do Barreiro apanhei com uma discussão entre uma cigana e uma ‘Sra. Professora’ por causa de um lugar sentado. Fiz a primeira parte do percurso entre ‘vocês acham que têm direito a tudo’, dizia Sra. Professora, e ‘meto-lhe a mão na cara, se volta a falar assim com a minha filha!’

São estas coisas que dão sal à vida!

Podem chamar-me louca, não faz mal...

Eu decidi ter estas páginas para me ajudar a lidar com o que me vai na alma, neste processo de fazer o meu luto. Por isso, tenham paciência, está bem???

Este mês tenho andado mais sensível. Volta e meia as lágrimas assaltam-me. Este sábado à noite, já na cama, chorei outra vez muito...

Abril de 2018: o mês em que atingi o patamar muito sonhado pelos dois (a história do montante em divida do crédito à habitação, que vos contei no início do mês) e este fim de semana fez 11 anos que mudámos para a nossa casa nova. Estas coisas acabam por mexer comigo, mais do que gostaria. Posso parecer muito bem-disposta e sorridente, mas cá por dentro anda tudo num alvoroço…

Talvez por andar assim, há dias aconteceu-me uma coisa que não consigo explicar… até tenho medo de parecer meio alucinada. Se calhar desse lado vão começar a comentar “olha esta… não tomes as gotas, não!!!” Não faz mal, podem comentar…Foi muito estranho porque... nas semanas após a morte do meu Paulo, à noite, quando me deitava, eu pedia secretamente que isto acontecesse, pedia um 'sonho vivido', sabem o que é? Aqueles sonhos em que conseguimos SENTIR na pele... nunca aconteceu, nem uma vez, nem sequer parecido...

...

Estava no autocarro, a caminho de casa. Não me lembro do que pensava, não sei em que parte do percurso ia, não sei porquê… só sei que fechei os olhos e senti o meu Paulo. Sabem aquela sensação de sentir uma pessoa perto, sentir o cheiro… senti que ele me abraçava e o gesto dele quando me afastava o cabelo da testa e me dizia ‘tá bem…’  foi só uma fração de segundo, mas juro que ouvi a voz do meu Paulo no meu ouvido… nitidamente.

As saudades que eu tenho de ouvir a voz dele.

Fui o resto do caminho a chorar e passei os últimos dias meio tolinha, porque quero voltar a ter a mesma sensação, voltar a ouvir, e não consigo... Eu sei, eu sei que tenho que dar a volta a isto, que não me posso deixar impressionar por estas coisas. Vai na volta, apenas passei pelas brasas e tive um sonho vivido em pleno autocarro da Carris, foi só isso...

Ontem comecei o processo de 'dar a volta'. Vocês já sabem… quando preciso de dar a volta por cima, faço aquilo que nós dois mais gostávamos de fazer… deito mãos à minha casa e mudo alguma coisa. Desta vez foram as ‘perdigaitas’ que estavam a decorar a mesa de sala de jantar.

Já lhes andava a rezar pela pele há uns tempos.

Este domingo, tomei o pequeno almoço na varanda (o S. Pedro lá permitiu!) e quando passei para a cozinha, olhei outra vez para a mesa … “há 11 anos que estás assim… de hoje não passas”… e não passou.

Agora está assim… até me voltar a cansar!

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Hoje terminei o processo de 'dar a volta'...em vez de continuar a matutar numa coisa que não faz sentido, deitei tudo cá para fora e escrevi estas linhas (e que bem que me fez!)

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