Valha-me Nossa Senhora dos Blogs! #17
Obrigada Sapinho.
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Obrigada Sapinho.
Que pena não ter apanhado este barco...
Porque é que eu não apanhei este barco???
Valeu-me o meu amigo Renato que trouxe ao meu conhecimento esta pérola.
A malta do Barreiro é muito à frente... grande terra!
A primeira vez que me lembro de ter contacto com este tema da ‘Igualdade de Género’ era ainda uma aluna universitária do 4º ano (estávamos em 1993/4). Numa sala cheia com alguns 50 ou 60 alunos, maioritariamente mulheres, a certa altura o professor diz:
- Tenho já muitos anos de experiência de ensino… diz-me essa experiência… quando lanço um tema novo na sala de aula os primeiros alunos a apreender a matéria são as mulheres, mas se voltar a fazer perguntas sobre o mesmo tema, uma semana depois, quem sabe... quem responde são os homens.
Lembro-me que ficou um ambiente um pouco estranho entre a maioria feminina que compunha a assistência. Seria mesmo assim? Será que estava a dizer que as mulheres tinham que trabalhar mais para alcançar os mesmos resultados, porque não tinham as mesmas capacidades intelectuais? Aquilo incomodou-nos um bocado, mas eramos ainda umas miúdas, o professor já tinha uma idade avançada, e, além disso, a cadeira que este professor dava já era suficientemente difícil (era um dos chamados cadeirões), por isso, achámos melhor não entrar em regateios.
…
Mais de 20 anos depois, este verão (em 2017), voltei a lembrar-me deste assunto quando assisti a esta cena numa manhã de praia:
Casal jovem com dois filhos, um com uns 3 ou 4 anos e um bebé de colo (3 ou 4 meses).
O pai esteve toda a manhã entre a toalha, a água e o telemóvel. A mãe esteve toda a manhã com o bebé ao colo e a dar de comer ou a entreter o mais velho. Quando o mais velho queria ir brincar na água, era a mãe que o levava (com o mais pequenino no marsúpio). O pai andou sempre em idas e vindas do mar e a debitar comentários sobre a temperatura excelente da água.
Chegou a hora de ir embora e o pai quer começar por arrumar o chapéu-de-sol. Diz a mãe:
- Espera, EU ainda tenho que mudar a fralda ao C. e vestir o A.
E assim fez... enquanto o pai ficou à espera.
…
Lembrei-me disto a propósito dos famosos manuais escolares para meninos e meninas.
Já tive formação sobre a igualdade de género, várias vezes. É um assunto sempre debatido com muita participação, muito empenho. A ideia que os(as) formadores(as) querem passar é sempre a mesma: ‘homens e mulheres são diferentes, mas não têm que ter papeis tão vincados na sociedade'. Esta mensagem tem passado e ainda bem. Por causa desta campanha constante já conseguimos estar num patamar em que não se estranha se uma menina pedir para ir para o futebol ou um menino quiser ir para a dança. Mas ainda estamos muito longe duma efetiva igualdade de género.
Não vou falar na hipotética diferença de níveis de dificuldade. O Ricardo Araújo Pereira já veio demonstrar por A + B que isso se resume a uma imagem dos livros, mas os esteriotipos estão lá: as meninas são bailarinas ou princesas, entretem-se com a leitura, os meninos são piratas e jogam à bola. Não nos podemos iludir. Acompanho o percurso escolar da minha sobrinha, vejo os livros escolares dela e sei que ainda são muito raros os exercícios onde ‘o pai está a fazer o jantar’ ou ‘o pai varreu o chão da cozinha’ ou 'a Maria é astronauta ou cientista' e é por isso que livros escolares com este formato, para mim, não são aceitáveis.
Porque é mesmo de pequenino que se formam as mentalidades, porque ainda há meninos e meninas que têm como referências, em casa, no dia-a-dia, a cena a que assisti este verão, na praia.
Nota 1: Porque raio aquela mulher não disse ao pai das crianças ‘eu mudo a fralda ao C. e tu vestes o A.’
Como disse Mana Querida, sentada ao meu lado, entre duas dentadas numa bolacha: ‘Se fosse comigo este gajo estava dentro de água, mas era p'ra arrefecer as orelhas!’
Nota 2: O papel do Governo ao RECOMENDAR a retirada dos livros do mercado foi um tiro no pé.
Para mim, bastava que a CIG (órgão competente para estes assuntos da igualdade de género) tivesse emitido um comunicado a demonstrar repúbio sobre as publicações e deixar ao livre arbítrio de cada um comprar ou não comprar. Afinal foi para nos livrar de coisas com o lápis azuil e nos dar a liberdade de pensar e falar, que se fez o 25 de abril!
O meu Paulo faria hoje 53 anos.
Saudades de o ouvir dizer-me 'Não sejas engraçadinha!'
Só há muito pouco tempo comecei a ler policiais.
Este foi um bocadinho difícil de entrar na história, porque são muitos os narradores (tantos quantas as personagens) e às tantas, fica-se ali um bocadinho perdida com tantos nomes e pontos de vista, pelo menos até se atinar com o 'quem é quem' na história.
Quando pensamos que já sabemos tudo, aparece o último capítulo (último paragrafo…literalmente) com mais informação, só aí sabemos exatamente o que se passou.
Só tive pena porque ficaram algumas perguntas sem resposta (o que será que aconteceu ao professor?)
Capítulos muito pequeninos, escrita sem floreados, por isso lê-se numa penada.
Gostei tanto como do livro anterior da mesma autora (A rapariga no comboio).
Se gostam do estilo, leiam… ou então fiquem à espera do filme.
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