Estas fotos têm dois anos. Foram tiradas na Disneyland Paris.
Foi a minha mana que teve a ideia de nos aventurarmos... como forma de exorcisar, pôr um ponto final num ano tão difícil, tão triste (o mais difícil e triste de todos até hoje!)
Soube tão bem. Foi a primeira vez que estivemos as três, no estrangeiro, por nossa conta.
Obrigada Mana Querida, por teres puxado por mim (vamos ver se conseguimos repetir a aventura noutro sítio qualquer!)
A pé desde as 4 da manhã, iamos ver o espetaculo que terminava à meia-noite. As lojas de souvenires são uma loucura.
Depois de carrosel das tartarugas do Nemo...é de vomitar as tripas, mas a miúda adorou!
Este estava na estante à espera de ser lido há mais de um ano. Foi desta e foi num instante.
A história dum grupo de adolescentes que se conhece num campo de férias em meados da década de 70 e as voltas da vida de cada um até à primeira década dos anos 2000.
Os irmãos bonitos, da classe alta de Nova Iorque, e os sonhos sonhados pelos pais para os seus futuros brilhantes, o filho da artista folk mais famosa do momento, que sabia ser gay, mas não sabia o que fazer com isso, o filho de pais divorciados, muito feio e com um talento extraordinário para animação, a miúda que adorava dançar, a quem as formas exuberantes no seu corpo feminino não lhe permitiam seguir o seu sonho, todos de Manhattan, e a miúda dos subúrbios que acompanhou o processo de doença do pai até à morte e que quer, mais que tudo, integrar-se nesta nova realidade até então tão inacessível.
Numa noite decidem chamar-se Os Interessantes e fazem planos para o futuro que só poderá ser grandioso (não é assim que todos os adolescentes pensam?) e ligado ao mundo das artes.
Acompanhamos a vida de todos, as escolhas que fazem e a forma como essas escolhas moldam os seus destinos para sempre. Os poucos que conseguem vencer, a maioria que está predestinada à normalidade e a tensão (a inveja) que essa seleção provoca numa amizade. Tudo enquadrado pela evolução da sociedade americana nos últimos 40 anos. A defesa dos ideiais feministas, a aparecimento da Sida e a consequente alteração de hábitos, o aparecimento do fantasma do terrorismo...
A pergunta que todos nós já fizemos, sempre presente ‘como seria se tivesse escolhido de forma diferente’?
600 páginas duma escrita sempre cheia de pormenores, nada enfadonha e sempre realista. 600 páginas em que nos revemos completamente. Qualquer um de nós pode ser uma qualquer das personagens.
Sim, eu sei que não posso falar muito. Não sou mãe e vai já tudo começar a dizer que não posso falar…mas vou falar, vou dizer:
Há por aí muita mãezinha a passar-se do pirolito, não há?
Não, assim não chega, tenho que ser mais bruta... há por aí muita mãezinha a precisar de levar com um pano encharcado na tromba, não há?
Precisam de acordar, pôr os pézinho na terra!
Cena 1:
Cabeleireiro do costume. Fui com Mana Querida que precisava de cortar o cabelo. Fiquei sentada à espera, a ver mails e o FB. Na sala está outra cliente que costumo ver por lá. Estava com a filha que parecia ter 15 ou 16 anos. A miúda estava a ser penteada para uma festa.
Na saída, Mana Querida comenta comigo:
- Sabes que idade tinha a miúda?... 11 anos, disse-me a empregada que me estava a pentear.
Fiquei de queixo caído. Não por causa do penteado, mas porque a miúda de ONZE ANOS tinha unhas de gel e cabelo com madeixas…
Cena 2:
Ontem fomos com a Carolina (falei-vos dela mais aqui abaixo) ver vestidos para a Gala de Finalistas do 9.º ano. Vimos um muito bonito na Mango, preço em conta, ficava-lhe muito bem, mas a miúda tinha porque tinha que experimentar os vestidos de cerimónia e nós fizemos-lhe a vontade (já se sabe, miúdas a falar umas com as outras, associado ao drama de ter 15 anos).
Loja entupida de miúdas da mesma idade, ou um pouco mais velhas. Uma confusão nos dois provadores disponíveis. A Carolina era a única que estava acompanhada de pessoas adultas. As restantes pareceu-me estarem sozinhas.
No meio da confusão, a balconista resolveu desabafar um pouco com as únicas adultas presentes na loja:
- Tem sido uma loucura.
- Pois, já se sabe. Agora é a moda das galas do 9.º e do 12.º.
- E as da 4ª classe!!!
Outra vez o queixo caído!
- Ontem tive aqui uma mãe e uma avó a comprar vestidos longos, para levar à gala de finalista da 4.ª classe. A avó ainda comentou que tinha um vestido em casa, comprado há uns meses, mas não era longo e na escola disseram que tinha que ser longo…
Agora vou-me calar… vou dar-vos tempo para processar…
Não é só do trabalho, esse só me cansa a cabeça, é sobretudo o caminho casa-trabalho. Hora e meia de manhã, hora e meia à tarde (se não houver percalços!). Ao todo são dois autocarros, dois metros e um barco. Só de metro são 16 estações em cada viagem, com uma troca de linha pelo meio e uma sucessão interminável de escadas. Se juntarmos a isto uma eventual corridinha para apanhar o transporte que está mesmo a chegar ou a partir…
Normalmente tenho algum cuidado com o que visto para trabalhar (acho que é comum a todos nós), gosto de estar apresentável, mas sobretudo confortável. Gosto de por um salto alto, uma camisa mais vistosa, vestidos… hoje abri os olhos e a primeira ideia foi ‘não vou de saltos!’
Antes de sair de casa, olhei-me ao espelho e não gostei muito do que vi, mas o ânimo não deu para mais do que jeans normalíssimos, uma t-shirt mais arranjadinha e sabrinas…
Saí de casa a achar que estava um bocadinho simplória, mas quando cheguei ao trabalho já tinha mudado de ideias.
PORRA! Há por aí muita gente que perdeu o bom senso, não há?
...
Hoje vi uma ‘senhora’, meia-idade, com um vestido que eu não usaria nem para ir à praia. Mamas grandes enfiadas num decote pronunciado e suportadas por alças fininhas, soutien à mostra (nunca percebi essa moda dos soutiens à mostra), saia rodada daquelas que parecem feitas de vários lenços sobrepostos (ponta acima, ponta abaixo) saltos muito altos (claro!). Já conseguia ver-lhe as mamas e quando desceu as escadas do barco, juro que foi por meio centímetro que não lhe vi o rabo!
Podem chamar-me quadradona e antiquada, mas acho feio, é uma imagem vulgar, mas até aqui, tudo bem, era uma mulher adulta, ela lá saberá que imagem quer passar!
Chego ao metro e vejo mais uma miúda (são tantas, assim!) a caminho das aulas, usando apenas micro calções e soutien (acho que se chama bralette! A grande moda deste verão!)… uma MIÚDA!
Chego ao trabalho e uma colega vem comentar exatamente o mesmo assunto, dizia ela ‘graças a deus a minha filha não é dada a estas modas, mas se fosse, íamos ter uma negra vida. Ela chegava a casa com o bralette e eu agarrava na tesoura do peixe. Cortava aquilo tudo!’
...
Não entendo esta erotização, este oferecimento permanente que as miúdas de hoje acham bonito. Em mulheres adultas é feio, mas em miúdas é simplesmente inaceitável.
Quando é que se perdeu por completo o bom senso e se começou a aceitar que se pode andar na rua a mostrar as mamas e o rabo?
A mim sempre me ensinaram que não é bonito quando se mostra tudo, deve-se deixar algum espaço para a imaginação.
...
Pronto, de repente, deixei de me sentir simplória!
A Carolina foi a nossa primeira bebé. Durante vários anos, foi a nossa única bebé.
Já havia outros bebés na família, claro, sempre houve (somos muitos, não é!), mas a Carolina foi a primeira bebé no nosso núcleo de primas mais próximo.
Lembro-me muito bem da noite em que nasceu. Era 6ª feira, estava com o meu Paulo a caminho de casa, passava das dez da noite, cansados depois de mais uma semana (nessa altura eu trabalhava e estudava à noite) e, ao passar a ponte 25 de abril, recebo uma chamada da minha irmã “Vai nascer, vai nascer…estamos aqui no hospital!”.
O hospital era o Garcia de Horta, mesmo ali ao lado. O meu Paulo olhou para mim e, nem precisei pedir, apercebeu-se da excitação e levou-me para lá (de repente o cansaço já não existia).
Estava a família toda à espera, o pai, os avós, os tios-avós, a tia e o namorado, as duas primas e respetivos pares (sim, temos a nossa costela cigana que se manifesta de forma muito aguda em situações destas).
Ficámos todos a conhecê-la à saída da sala de partos. Chegou já depois da meia-noite, sábado, 25 de maio de 2002, curiosamente, o dia em que eu e o meu Paulo fazíamos, precisamente, 9 meses de casados.
Fomos todos à visita nesse sábado à tarde. Foi a primeira vez que peguei num bebé que ainda não tinha 24 horas. Era mínima e redondinha. Até hoje, a Carolina foi a bebé mais perfeitinha que alguma vez vi. O nariz, os lábios, os olhos, tudo na proporção certa, parecia desenhada a lápis. Não tinha uma manchinha vermelha, nem borbulhinhas, a pela lisinha, branquinha.
A nossa Carolina faz hoje 15 anos. É a nossa única adolescente.
Por estes dias as suas grandes preocupações prendem-se com o Baile de Finalistas do 9.º ano. O que vestir e calçar? Quer levar um vestido comprido (claro!), mas só quer ir procurar com as amigas (somos todas umas cotas, não percebemos nada de vestidos para festas de gala!) e depois regressa a casa e confessa que teve vergonha de entrar nas lojas para ver. Quer levar sapatos de salto alto, mas até hoje só usou ténis (tem tudo para correr bem, não tem?)
Nas últimas férias da Páscoa, depois de puxarmos o assunto, lá nos confessou que ‘quando for grande’ gostava de ir para a faculdade, gostava de seguir a área da saúde, o que nós apoiámos vivamente... e depois diz:
- 'O que eu gostava mesmo era de fazer autópsias, sabes, como se vê no CSI!’
- aaahhhh...OK...
Parabéns minha querida Carolina.
Que a vida te sorria sempre. Se não conseguires ser a doutora que corta os corpos e saca as entranhas todas cá para fora (imagem tão bonita, não é?), podes sempre ser aquela nerd que está nas traseiras no meio dos microscópios e dos supercomputadores a analisar manchas de sangue e de saliva ou impressões digitais, 'como se vê no CSI!'
Lembra-te que podes ser aquilo que quiseres e gostares, só depende de ti, e nós vamos estar aqui para te ajudar!
Lembram-se quando vos disse que a malta pode gostar e ouvir a música que quiser?
Hoje tive o exemplo supremo disto mesmo.
Estava no barco e ouvi a música que está aqui em baixo.
Para quem não conhece, esta é a Katy Perry, uma das rainhas das adolescentes, um dos exemplos máximos da música 'fogo de artifício' ou 'pastilha elástica', como lhe queiram chamar.
Pensei que era uma 'pitinha', a caminho das aulas e trazia esta música no phones, para animar logo pela manhã.
Não podia estar mais enganada.
Olhei para o meu lado esquerdo e vejo um NEGÃO, daqueles que mais parece um roupeiro, todo ele tamanho em altura e músculos, de sorrisso nos lábios e a abanar a cabeça ao som de Katy Perry.