Ai a minha vida, animal!
Nunca os trezentos e tal quilómetros que separam o Barreiro de S. Pedro do Sul, me pareceram tão longos.
Chegámos a casa com os nervos em franja, eu e Mana Querida.
Por norma o animal vai na transportadora e mia os primeiros 50 ou 60 km, mas depois sossega e faz a viagem de forma mais ou menos calado.
Ontem, sabe-se lá porquê, achou por bem não se calar. Aveiro, Figueira da Foz, Leiria, Caldas da Rainha, Torres Vedras, Loures, ponte Vasco da Gama, Montijo, Moita, Barreiro…
Não mostrava sinais de stress ou calor (íamos com o ar condicionado ligado).
Olhava para ele e pedia-lhe para se calar, mas ele olhava para mim, fechava os olhos e fazia aqueles miados que parece que enrolam a língua, via-se à légua que era só mimo: ‘tira-me daqui, dona… tira-me daqui!’
Ontem, senti-me na pele daqueles pais que fazem viagens longas com os putos a chorar no banco de trás. É mais ou menos a mesma coisa.
Quando me fui deitar a cena era muito parecida com esta:
A vingança do bicho. Deitou-se no meio da cama.
Quase que tive que lhe pedir 'por favor' para me conseguir deitar na MINHA cama...